O nascimento de Jesus coincide com a visualização de uma nova luz para a humanidade sofredora. Os ensinamentos de Jesus devem servir para transformar não apenas um homem, mas toda a Humanidade. Numa simples visão de conjunto, observamos o que era o planeta antes e, no que se transformou depois de sua vinda. O Espírito Emmanuel, em Roteiro, diz-nos que antes de Cristo, a educação demorava-se em lamentável pobreza, o cativeiro era consagrado por lei, a mulher considerada menos que um animal de carga, os pais podiam vender os filhos, etc. Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento. Iluminados pela Divina influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos semelhantes; Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e sofredores; instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o espírito popular, etc.
O espírito do Natal deve ser entendido como o renascimento dos ensinos de Cristo em cada uma de nossas ações. Não há necessidade de esperarmos o ano todo para comemorá-lo. Se em nosso dia-a-dia estivermos estendendo simpatia para com todos e dividindo o que temos em excesso, estaremos aplicando eficazmente a “Boa-Nova” trazida pelo mestre Jesus. A riqueza existe para auxiliar o homem em seu aperfeiçoamento espiritual. Se lhe dermos demasiado valor, poderemos obscurecer nossa iluminação interior. Útil se torna, assim, termos consciência de que somos apenas usuários e não proprietários dos bens terrenos.
De acordo com os princípios doutrinários do Espiritismo, Jesus é aquele que nos trouxe a segunda revelação da Lei de Deus; veio transformar a lei do “olho por olho” e “dente por dente” na lei do amor e do perdão. A sua pregação da boa nova veio ensinar ao homem a lei de causa e efeito e a justiça divina. Allan Kardec, com o auxílio dos Espíritos Superiores, deu continuidade a esta grande obra de elucidação dos caminhos da evolução.
Na noite em que o mundo cristão festeja a Natividade do Menino Jesus, os espíritas devem se lembrar de que Jesus nos ensinou e prometeu a vinda do Consolador, a Doutrina Espírita que deve ser entendida como a terceira revelação, um novo marco no desenvolvimento espiritual da humanidade, em que todos os problemas, todas as dúvidas, todas as dores serão explicadas à luz da razão e do bom senso. Dentro deste contexto, a lei da reencarnação é um dos princípios fundamentais para o perfeito entendimento do sofrimento e da dor. De acordo com a reencarnação ou a diversidade das vidas sucessivas, temos condições de melhor prever o nosso futuro, que nada mais é do que uma continuidade daquilo que estivermos fazendo nesta vida. Optando pela prática do bem, teremos uma vida futura feliz; escolhendo o mal, teremos que sofrer as suas consequências, no sentido de nos adaptarmos à lei do progresso, da qual não se pode escapar.
Assim, devemos entender o Natal, como mais uma época para nossas reflexões, sobre a verdadeira mensagem do aniversariante, que quase sempre não é lembrado. Não podemos ter mais a visão de que o Natal foi feito somente para troca de presentes e sim, devemos ter a certeza de que a grandeza dos ensinos de Jesus quanto aos objetivos de sua vinda ao mundo, é a de nos mostrar o caminho da felicidade e da pureza espiritual pela nossa mudança de postura diante da nossa vida e diante do próximo, buscando ser verdadeiros discípulos do Cristo, em pensamentos, palavras e atos.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
XAVIER, F. C. Roteiro, pelo Espírito
Emmanuel. 5. Ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1980. KARDEC, A. Evangelho
Segundo o Espiritismo, 19. Ed. FEB, 1944.
Por Elizabeth Medeiros Trabalhadora da SEFA e LEAN
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